segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As muitas demandas do marketing que se prepara para a
Copa de 2014

Nos países em desenvolvimento, costuma ser assim: aquilo que não se fez em 50 anos, tenta-se fazer em quatro, três, dois, um ano...  Parece que está sendo assim: agora, é trabalhar dia e noite para dar conta do recado... Quando deixaremos de ser o país da última hora? Agora não adiante reclamar... Neste momento, a situação é essa. Vamos contar com ela para o que der e vier. E todos de mangas arregaçadas para não fazermos feio.

Mas a Copa de 2014 não está mexendo apenas com a CBF e a gente da bola. Devem estar em apuros, se preparando para o maior evento esportivo mundial que ocorre a cada quatro anos, diversos setores da economia brasileira. Sobretudo, infraestrutura e turismo. Mas não é só. As cidades sedes da disputa e as cidades em seu entorno devem ter começado a pensar na Copa. Na verdade quando o País se candidatou a sediar a próxima disputa, já deveria ter parte de suas obras em andamento. Não foi isso o que aconteceu. E não vamos chorar sobre o leite derramado...

Nosso País carece de aeroportos, estradas confiáveis, transporte urbano, hotelaria, gastronomia, segurança e, sobretudo, de gente qualificada para o grande evento. É preciso trabalhar com um cronograma afiado e rigoroso, para formar pessoas.
Mas não é só: é preciso que as cidades sede e toda a sua volta pensem estratégias de marketing para atrair, reter e surpreender o turista.

Que lazer? O que comer, o que beber? E como?

O Marketing se inicia com uma pesquisa de mercado, para identificar o tipo de público que será atraído pela Copa: sul-americanos, sobretudo, argentinos, paraguaios, chilenos e uruguaios. E os demais países limites do Brasil, quantos peruanos, colombianos, equatorianos, venezuelanos? Qual é o perfil desse consumidor? Sobretudo homens? Qual a faixa etária? Qual é a renda disponível para a Copa, quanto é possível prever de gasto diário por tipo de turista. Aonde eles pretendem se hospedar. Que alimentação e que tipo de entretenimento é preciso oferecer.

E da África quantos virão? Da Europa, da America Central e do Norte. Quanta diversidade de gente e de costumes. O que eles pretendem comer? Não será possível oferecer só feijoada, arroz com feijão tropeiro, churrasco, moqueca de peixe ou camarão, carne de sol e pratos variados da boa cozinha mineira, nordestina, nortista. É preciso saber oferecer também aquilo que a maioria dos turistas está acostumada a comer.

É preciso segmentar o mercado e posicionar os produtos a serem ofertados, na cesta básica do prazer em servir. Esse deve ser o tema do treinamento de garçons, arrumadeiras, motoristas de taxi, policiais, varejistas, médicos, hoteleiros, dentistas, enfermeiros, aeromoças e comissários de bordo e um sem número de profissionais que estarão frente a frente com o turista.

E para isso, é preciso que esse exército de pessoas domine o espanhol, o inglês, o francês e até mesmo o japonês ou chinês.

Infraestrutura e educação

Quatro anos, aliás, passam rápido; três anos, mais ainda! E os investimentos em infraestrutura e qualificação de pessoas exigem tempo. Um estádio leva tempo para ser reformado, que dirá ser erguido. O mesmo se pode dizer de uma estrada ou aeroporto. Mas, fazer a cabeça das pessoas, para moldar novas competências é um trabalho árduo em educação.

Portanto, infra-estrutura e educação são a “bola da vez” da economia de mercado.
Mas também não é só. As carências do Brasil se tornam mais expostas, a partir do desdobramento de necessidades aparentes. É como reformar uma casa: só se sabe quando começa, mas não quando termina. No meio de tantas necessidades, destacamos duas que não costumam estar nas prioridades: os serviços de atendimento, o prazer de servir; e o marketing para as cidades vizinhas às sedes de jogos.

As áreas mais visadas para qualificação acelerada, serão: infraestrutura, varejo, gastronomia, hospitalidade, saúde, segurança, transportes (aéreos, urbanos, marítimos, fluviais, ferroviários etc.), eventos e varejo, entre outros.

As cidades próximas às cidades sede deverão disputar o turista, procurando oferecer bom entretenimento, boa hospitalidade, bons serviços de gastronomia e, sobretudo, ter prazer em servir.

Cada cidade deve buscar seus próprios caminhos, suas estratégias devem ser consistentes com os desafios que ele deverá enfrentar. E a busca da qualificação de pessoas, deve ter como foco: a competência.

E aqui vai um resumo das mais importantes ações de marketing:
1.      Investir em pesquisa para identificar quem será o turista e o que ele deseja;
2.      Conhecer o comportamento do consumidor;
3.      Começar desde já uma campanha de comunicação para “vender” a cidade, destacando seus atrativos;
4.      Formar pessoas e qualificá-las: isso exige recursos e as prefeituras, órgãos públicos e empresas privadas devem realizar imediatamente seus planejamentos, se já não o fizeram, e providenciar as verbas necessárias. 

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